A exposição negativa do caso Box Colosso

Na semana passada um vídeo foi altamente divulgado nos grupos, redes sociais e até mesmo na imprensa brasileira. Nele, o cearense que ficou conhecido como MSCX do Box Colosso, localizado em Fortaleza, se acidenta de maneira drástica, após não suportar a barra em um movimento de clean and jerk. Assim, no momento em que a barra já estava no alto, ela cai e bate em seu corpo de cima para baixo, atingindo o pescoço. Com isso, o aluno acaba deitado no chão gritando de dor e o corpo parece não responder da cintura para baixo. Contudo, o vídeo se encerra nesse momento, sem dar indícios do que acontece na sequencia. As imagens são fortes. Por isso, optamos por não reproduzir o vídeo e nem fotos nesse artigo.

Porém, o que chama a atenção foi a onda de divulgação e exposição em excesso dada para o caso que, naturalmente, é negativa para modalidade. Isso tudo, vindo justamente de dentro dos praticantes do nosso esporte. Infelizmente, casos como esse, trazem muitas inverdades e as famosas fake news. Dessa forma, para evitar esse tipo de situação, o próprio Box Colosso pediu para que as pessoas não divulgassem o vídeo e não expusessem o rapaz nas redes. Mas, o vídeo acabou espalhado e chegando a grande mídia que em letras garrafais publicou o caso sempre destacando o caso com o CrossFit:

O caso Box Colosso e o precedente de que o CrossFit machuca

As chamadas destacadas são apenas algumas das encontradas na internet. Aliás, basta uma rápida pesquisa para achar essas e muitas outras chamadas. Felizmente, o aluno MSCX está vivo e se recuperando do acidente, segundo informações passadas pelo Box Colosso, o aluno foi operado e passa bem, voltará a andar, ao contrário do que muito se falou. Com isso, trazendo um alívio imenso a comunidade que se uniu em prol da melhora do aluno. Em Fortaleza, muitos boxes divulgaram notas de apoio e pediram que seus alunos não repassassem o vídeo, como maneira de não expor nem o caso e nem o aluno. Mas o que isso significa de fato?

Primeiramente, é necessário entender que a nossa modalidade sofre sim um pré-conceito de quem de fato não conhece o que é. A máxima de que o “CrossFit machuca” é um fardo que levamos e precisamos a cada dia quebrar essa visão. Contudo, quem poderá mostrar isso é quem está dentro e vivenciando a modalidade e não quem está fora e cheio de pré-conceitos estabelecidos. Vídeos como o de MSCX não coloca só em cheque a qualidade do Box Colosso e seus profissionais. Mas também de toda a modalidade, espalhar esse vídeo fará ser questão de tempo para colocações como “Eu falei que isso era perigoso”, “sempre soube que isso machuca”, “quem faz isso é sem noção”, comecem a aparecer e afastar possíveis novos praticantes.

Por isso, espalhar esse tipo de vídeo ao invés de ajudar, apenas denigre a modalidade e expõe quem está aparecendo no vídeo. Afinal, com certeza MSCX não fez o vídeo para isso e estava na esperança de conseguir fazer o movimento. Existem inúmeros fatores que podem ter sido os causadores da lesão. Mas, simplesmente jogar o vídeo e replicar ele sem contexto apenas traz uma superexposição da imagem do rapaz e do box.

Fake News na imprensa prejudica a CrossFit LLC

Outro fator importante é que o Box Colosso não faz parte da lista de afiliados da CrossFit LLC. Por tanto, ele não poderia ter sido exposto na grande mídia como se MSCX estivesse praticando CrossFit, mas sim CrossTraining. Com isso, a superexposição do vídeo, somada a desinformação, fez nascer uma fake news contra uma empresa que naturalmente não estava envolvida no caso. Independente da visão que você leitor pode ter ou não para a marca, a realidade é que a imprensa divulgou de maneira errada, o que gerou a necessidade da própria CrossFit entrar em ação.

Dessa forma, a CrossFit no Brasil entrou em contato com as mídias em busca de retratação das mesmas por conta do ocorrido para que fosse colocado de maneira certa. O fato sutil efeito e as novas matérias destacaram de outra forma e não mais com a palavra CrossFit nas chamadas. Contudo, as reportagens anteriores se mantém com a palavra “crossfit” e para sempre estarão assim.

Dessa forma, sempre que procurarem por acidente e CrossFit, esse caso virá à tona, repassando um fato irreal para a marca. Fardo esse que a empresa terá que segurar, mesmo não tendo envolvimento. Por isso, é necessário ter consciência em um momento como esse na hora de passar informações.

Resultado final negativo para todo mundo

Como resultado final desse infeliz incidente, tivemos um resultado negativo para todos. No caso do praticante, tivemos uma superexposição do rapaz, que teve seu rosto altamente divulgado, embora o nome tenha sido preservado. Para o Box Colosso, o local teve uma exposição negativa por conta do acidente, o que pode gerar inclusive a saída de seus clientes e não entrada de futuros clientes.

Mas vale lembrar que esse foi um caso isolado e o box com certeza ajuda muitos alunos a se superar na vida. Vale lembrar que sendo afiliado ou não, todo box é um bote salva vidas. Por fim, a empresa CrossFit ficou com a fama sem ter nenhum envolvimento com o caso e terá seu nome erroneamente vinculado no passado desse acidente.

Pode não parecer, mas quando divulgamos um simples vídeo, essa notícia pode se espalhar e ganhar “vida própria”. Por isso, é necessário consciência em um momento como esse, antes de passar um vídeo para alguém, se coloque no lugar da pessoa e pense: “eu gostaria dessa superexposição para mim?”.

Nossa equipe esperou para falar sobre o caso para poder mostrar todos os resultados desse momento sofrido pelo MSCX e seu box. Ficamos, assim como todos, aliviados de saber que o rapaz está bem e se recuperando após a cirurgia feita para corrigir a lesão na região torácica da coluna. Como a lesão não chegou a sua medula, ele não perderá os movimentos da perna. Com isso, torcemos para sua rápida recuperação e que possa voltar o quanto antes para a modalidade que ele escolheu dentro de seu box.

One thought on “A exposição negativa do caso Box Colosso

  • 7 de julho de 2022 em 22:37
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    Buenad! No meu entendimento a marca não deveria ter se esquivado da sua responsabilidade, visto que ser afiliado não aumenta ou diminui a segurança. Mas importante do que a marca, são os Profissionais de Ed. Física que se deparam com um modalidade que trouxe muitos desafios, fora o fato do curso não ser dado por profissionais de Ed. Fisica. Acho q os critérios minimos para dar aula deveriam ser CREF, CFL1, Gymnastic e Weigtlifiting mais 6 meses a 1 ano de experiência. E acho até que deveria ser proibido estagiários e sempre 1 Professorna cada 8 alunos. Mas tudo isto tornaria inviável. Mas apesar do discurso de que a Marca não tem nada a ver, este acidente, pela característica da modalidade pode acontecer em qualquer Box de Crossfit® ou Box de Crossfit. Outra coisa que já esta clara, a palavra Crossfit já esta muito maior do que a marca, algo que ocorreu com Pilates e vai ocorrer com o Crossfit, ou seja irá virar domínio público.
    Aproveit para parabénizar o Blog pela qualidade de suas materias. Abracos

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