Qual o momento certo de beber o Whey?
Whey, podemos dizer que é o suplemento mais consumido dentre todos os outros suplementos.
Normalmente compõe o “kit básico” da academia junto à coqueteleira.
Porém, muito desse comportamento vem do marketing da indústria de suplementos, banalizando o seu uso no sentido que pode usar à vontade e sem critérios.
Aliás, se não fosse o suficiente, ainda tem a orientação do amigo que “prescreve” como foi ou não prescrito a ele, passando adiante algo que talvez nem esteja correto para seu uso. Por sinal, muitas vezes nem para o uso dele.
Então, para que possamos arrumar a “casinha”, vamos primeiro entender que suplemento serve para complementar a alimentação ou suplementar uma deficiência nutricional.
Por tanto, não adianta tomar qualquer suplemento, seja qual for, se sua alimentação não está com um bom equilíbrio de macronutrientes (proteína, carboidratos e lipídeos), vitaminas, minerais e principalmente hidratação.
Mas é importante também explicar as variações mais comuns de Whey existentes no mercado, desta forma, basicamente existem 3 tipos de Whey. Concentrado, Isolado e Hidrolisado. A diferença entre eles está na sua fabricação e processamento, variando de acordo com a digestibilidade, quantidade de proteínas, gorduras e carboidratos em sua composição.
WHEY CONCENTRADO
Possui de 29% a 89% de whey em sua composição e o restante é composto por carboidratos e/ou gorduras. Em média a quantidade de proteína varia entre 7g e 30g por porção. Pode ser consumido por boa parte das pessoas, ficando restrito aos intolerantes à lactose por conter bastante em sua composição.
WHEY ISOLADO
Passa por um processo de produção mais complexo que o deixa mais puro, removendo carboidratos, gordura e grande parte da lactose. Sua concentração fica acima de 90% de whey, bem maior que o concentrado. Indicado para pessoas com restrição a carboidrato, gordura e intolerantes a lactose, dependendo do grau de intolerância.
WHEY HIDROLISADO
Esta versão passa por mais um processo chamado hidrólise, que o deixa com alta digestibilidade, aumentando a absorção dos nutrientes. Esse tipo de whey não contém lactose, é menos alergênico comparado aos demais, chegando a 90% de proteínas pré digeridas em sua composição. Indicado aos intolerantes, pessoas que sentem algum desconforto gastrointestinal quando consomem as outras versões do produto e aos que precisam de uma digestão mais rápida. Por exemplo atletas que treinam em intervalos curtos.
Agora que sabemos as diferenças de cada um, vamos entender qual, quem, como e quando é importante o uso desse suplemento tão interessante.
O Whey Protein pode ser consumido por qualquer pessoa, praticantes ou não de atividades físicas, entretanto, é válido consultar um Nutricionista para que indique qual tipo e quantidade de whey é ideal para complementar sua nutrição e seu treinamento.
Mas, no geral, seu uso é válido naqueles momentos em que falta tempo na nossa rotina diária para fazer uma refeição com mais calma. Por exemplo, só teve aquele tempinho para malhar pela manhã e tem que ir direto para o trabalho e não teve tempo de preparar uma refeição para levar ou boas opções para comprar. No lanche da tarde, dentro de um ambiente de trabalho é mais difícil parar e fazer a refeição, então seria uma opção prática para não deixar de se alimentar.
Outras aplicações são no pré ou pós treino, já que é um alimento de mais fácil digestibilidade, não irá “pesar” na hora do treino ou da mesma forma, no pós treino tem pessoas que não se sentem tão a vontade de fazer uma refeição, mesmo após uns 40 min, ainda se sentem enjoadas, algo nesse sentido, uma refeição líquida e palatável, seja mais tranquila de ingerir.
Para idosos, para acamados, pessoas com problemas de deglutição ou em processo de sarcopenia (perda de massa muscular) e super indicado, respeitando o tipo e a dosagem a ser administrada.
Há alguns tipos de estratégia nutricionais no esporte, onde sua aplicação é essencial na perda ou ganho de peso, aumento de massa e principalmente na recuperação muscular.
Você sabe como comprar?
Não se engane, suplemento nunca vai ser barato. Desconfie de valores diferentes ao que normalmente você costuma comprar. Como é um produto com um volume de vendas muito alto, são alvo constantes de falsificação e adulteração na sua composição. Além disso, você sabia que há uma legislação específica na ANVISA para regularizar a composição mínima de nutrientes que tem que ter no produto? Aliás essa instrução normativa, é muito importante para você comprar um produto mais indicado e de melhor qualidade nesse mercado com tantas opções e marcas diferentes.
Extraído da IN 28/2018, coloco abaixo a tabela relativa ao aminograma. Onde os produtos devem conter no mínimo os valores de aminoácidos essenciais por grama de proteína em pó em sua composição. A quem tiver curiosidade ainda há uma atualização de das listas de constituintes, limites de uso, alegações e rotulagem complementar na IN 76/2020.
Mas essa orientação você pode conseguir junto ao seu nutricionista, que já lida com os produtos diariamente e tem confiança e conhece na prática o produto mais indicado.
Também há a divulgação nas mídias testes feitos nesses produtos onde é exposto o laudo dos aprovados e reprovados para consumo.
Sempre procure o máximo de orientação de uma boa fonte, um suplemento usado de maneira errada, pode causar prejuízo a sua saúde.
Pablo Ribeiro
Formado em Nutrição pela Universidade Veiga de Almeida.
Especialização em nutrição clínica esportiva.
Atua auxiliando atletas e praticantes de esportes individuais e coletivos de alto rendimento.
Praticante de CrossFit há mais de seis anos
Além do futebol americano, jiu-jitsu, natação, kickboxing, futebol e algumas modalidades do paradesporto.