Scaling pode salvar seu treino e te evoluir

Se você já se viu insistindo em fazer um treino “Rx” mesmo sabendo que não estava pronto — seja pela carga, pela técnica ou pelo tempo — você não está sozinho. No entanto, essa escolha, muitas vezes alimentada pelo ego, pode estar travando a sua evolução no CrossFit. E não somos nós que estamos dizendo: é Stephane Rochet, treinador nível 3 da CrossFit (CF-L3), ex-Flowmaster da equipe de seminários da marca e referência no assunto. Em seu artigo publicado no dia 19 de julho de 2025, Rochet lança luz sobre um tema que, apesar de fundamental, ainda é pouco discutido nas boxes: a importância do Scaling.

Para ele, insistir em treinos “Rx” a qualquer custo não é resiliência — é teimosia disfarçada de bravura. E o preço disso pode ser alto: estagnação, lesões e frustração. Muitas vezes, é com o treino Scale do quadro que você irá verdadeiramente atingir o estímulo pensado para determinado treino. Afinal de contas, mesmo que você seja uma pessoa altamente preparada e condicionada. Com certeza, terá um dia em que você estará com uma maior desgaste muscular, uma noite mal dormida, uma possível lesão e fazer o Scaling nesse momento, fará toda a diferença no seu treino do dia.

Além disso, existe uma noção equivocada de que seguir a prescrição (Rx) é o ápice da performance. Quando, na verdade, o “Rx” deveria representar o ponto de partida para quem já construiu uma base sólida de técnica, mobilidade e condicionamento. Porém o mais comum é encontrar os alunos deixando o ego falar mais alto durante as aulas. “Recusar-se ao scaling quando deveria não é ser durão — é deixar o ego atrapalhar sua evolução”, afirma Rochet.

Por que Scaling é sinal de maturidade?

1. Segurança em primeiro lugar:
Forçar a barra — literalmente — pode resultar em movimentos feios e desnecessariamente arriscados. Dessa maneira, em um “Fran” com barra leve e pull-ups adaptados pode ser muito mais benéfico do que uma tentativa descontrolada com carga total. Técnica limpa vence carga pesada.

2. Estímulo certo, resultado certo:
Com isso. todo workout é construído com um estímulo-alvo. “Fran”, por exemplo, é feito para ser curto, explosivo, intenso. Então, se você leva 20 minutos para completar algo que deveria durar menos de 10, perdeu o propósito do treino. Assim como consequência, o benefício do treino também.

3. Rx se conquista, não se impõe:
Não basta fazer com a carga prescrita. Além disso, é preciso executar bem e com intensidade compatível. Então se esses dois elementos ainda não estão alinhados, o scaling é a escolha mais inteligente.

Como cultivar uma mentalidade escalável?

Rochet propõe uma mudança de paradigma: ver a escala como estratégia, não como fraqueza. Inclusive, os atletas mais avançados das boxes geralmente escalam com frequência. Eles sabem exatamente qual o estímulo buscar e como ajustar o treino para atingi-lo com qualidade.

Outros pontos importantes:

  • Confie no seu coach: ele vê o que você talvez não enxergue — e quer o seu progresso.
  • Valorize a qualidade: antes de mirar nas argolas, domine os elásticos. Antes de colocar 60 kg no thruster, aprenda a técnica com 20 kg.
  • Persiga o estímulo, não a prescrição: o objetivo do treino é sentir o que ele propõe, não marcar “Rx” no quadro a qualquer custo.
  • Celebre o progresso real: melhorar a técnica, diminuir o tempo de descanso, manter a consistência — isso sim são vitórias.

CrossFit é um processo, não uma pressa

A lição deixada por Stephane Rochet é clara: treinar scale é maturidade atlética. Pat Sherwood, do CrossFit Linchpin, resume bem: “Scaling mais, com mais frequência.” O CrossFit é sobre preparo físico geral e saúde a longo prazo. Não é uma corrida de vaidades. Respeitar o seu estágio atual, adaptar com inteligência e confiar no processo são atitudes que o levarão mais longe — inclusive ao tão desejado “Rx”.

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