Gui Malheiros: “mais rápido, forte e mais competitivo”

Gui Malheiros foi o grande representante desse ano no CrossFit Games 2019 e acaba de carimbar o passaporte para 2020. Assim, o atleta da CrossFit Cavaleiros conseguiu, mais uma vez, atingir o objetivo traçado pro sua equipe e levou a melhor no Open 2020. Então, como não poderia ser diferente, conversamos com o mais novo Gui Malheiros.

Dessa forma, o atleta que ficou conhecido no Brasil por sua aparição na categoria Teen do CrossFit Games 2017, onde conseguiu o segundo lugar, mostrou sua mais nova face. Mais adulto e entendendo melhor seu lugar dentro do CrossFit, Gui falou com nossa equipe e se mostrou empolgado pela possibilidade de estar de novo entre os melhores do mundo ao lado de sua amiga de vida, Lari Cunha. Acompanhe:

Como foi poder participar esse ano do Games na categoria elite?

Foi muito gratificante e recompensador. Todo o meu trabalho investido foi recompensado lá. Mas só o destino, a colheita do que eu plantei. Mas foi uma experiência incrível e um aprendizado gigantesco. Uma experiência inexplicável, só vivendo mesmo para poder entender.

O que você achou das mudanças na regra do Games desse ano?

Então eu gostei, mas não gostei. Eu preferia os Regionais que davam mais cara de Games. Mas esse formato de Nacional Champion dá acesso a muitas outras pessoas boas que as vezes não podem conseguir chegar no Regional pelas vagas limitadas. Assim, se tornou de fato mais inclusivo. Porém, eu ainda prefiro no modelo anterior.

Na sua opinião, o que faltou para você conseguir se manter na disputa no Games 2019?

Me faltou não falhar no Handstand Walk na segunda prova, faltou eu ter dormido um pouco antes da prova. Além de também ter mais tempo de treino e experiência. Aliás, coisa que os ‘caras’ lá tinham mais do que eu. Porém isso não é desculpa e sim um ponto a ser melhorado e só com o tempo vou conseguir isso. Mas também ter ido um pouquinho melhor na corrida (risos). Preciso trabalhar melhor a minha capacidade aeróbica ainda mais do que já trabalhei.

Você havia falado em nossa primeira entrevista que o seu objetivo era ” chegar lá em 2020, mas em 2019 beliscar uma vaga” e em 2023 e 2024 ganhar o Games. Os planos continuam e como anda sua preparação?

Os planos continuam a mesma coisa, nada mudou, preciso de um pouco de tempo para chegar ao nível que eu quero. Esses anos até lá servirão para isso, como uma escola para mim. Mas em 2021 e 2022 eu já estarei entre os dez primeiros.

Já a minha preparação segue mais a risca, quero viajar para os Estados Unidos para temporadas ou morar lá para continuar meu trabalho e poder continuar buscando o alto em rendimento com pessoas que são melhores do que eu. Quero dar um passo para trás para poder dar cinco para frente depois. Quero perder para poder entender onde eu preciso melhorar.

A sua popularidade cresceu e hoje você é visto como o melhor brasileiro do CrossFit. Você sente muita pressão?

Então, minha única responsabilidade enquanto eu estou o melhor do Brasil é a minha influência nas pessoas. Por isso eu uso para influenciar as pessoas, na maior parte, serem pessoas boas, melhores e principalmente acreditar em Deus, que é a minha base.

Quanto a pressão, na realidade eu não sinto não. Aliás, eu me sinto mais motivado em continuar sendo o melhor do Brasil e a ser o melhor que eu puder. Mas na verdade, essa pressão me anima.

Esse ano você participou do Wod Live junto a diversos atletas, você já conhecia todos? Como foi participar do programa?

Conhecia a maioria, mas foi muito “legal” estar entre os melhores do Brasil. Estar entre os melhores. Até pessoas que eu tinha algum preconceito eu pude quebrar e gostar das pessoas. Foi muito bom.

Você também acabou de fazer uma participação em um evento no Paraguai. Como foi a recepção deles com você?

Eu fiz uma clínica lá em Val Paraguai e as pessoas gostaram. O pessoal do Paraguai é muito animada e receptiva, fui muito bem recebido. Eles são muito carinhosos, acabei ganhando muitos presentes e foi muito “maneiro”, a galera do Paraguai é dez.

Ainda teremos o Gui Malheiros disputando eventos brasileiros, como o TCB?

Dependendo da época sim. Fico só na dependência dos calendários de quando será o Games e o Open, mas a principio disputarei sim.

 Como foi o planejamento para o Open 2020?

Minha meta para esse Open era ser dominante e conseguir ganhar o máximo de provas possíveis. A idéia era essa, conseguir o primeiro lugar no mínimo em três workouts.

Você não iniciou bem o Open. O que aconteceu?

Era um wod bom, mas eu acabei ficando muito nervoso, mais do que eu deveria. Acabei botando uma expectativa muito grande e acabei indo mal e me auto sabotando, por isso ele não foi um wod muito bom para mim. Mas eu gostei do wod, só não gostei da minha performance nele.

O que mudou no Gui Malheiros do ano passado para esse? E o que falta para estar igual aos americanos?

Mudou minha mente, meu corpo, meu treinamento, a minha vontade, meu foco e muito mais. Mas teremos um Gui diferente ano que vem, mais rápido, mais forte e mais competitivo. Porém, para ficar igual os americanos, preciso de apenas mais um ano de experiência e treinamento.

Podemos destacar 2019 como o seu melhor ano até o momento? Por que?

Acho que sim, o 2017 foi muito bom porque foi o primeiro ano no Games e dei uma aparecida. Porém, 2019 foi um ano muito conturbado, me lesionei e aconteceram muitas coisas que me fizeram não aparecer com bons resultados.

Mas foi um ano ótimo porque aprendi bastante com a minha lesão na lombar, mudei muito a minha cabeça e pude me “formar”, onde mudei o pensamento de um menino para um adulto. Esse ano foi uma mudança mais mental do que físico. Além de ter sido o ano em que eu botei mais a cara e apareci.

Estar no Games, junto da Lari Cunha, tem um gosto diferente?

Vai ter sim. Afinal, estamos todos os dias treinando todos os dias juntos, temos a mesma meta e a gente se ama muito. Por isso, vai ser muito “legal”, estar com ela, é como estar com o melhor amigo no melhor lugar do mundo. Então, vai ser “irado” demais, a gente é muito parceiro.