Bruno Bernardes, o 1º brasileiro no Scoring do Games

Estamos a cinco dias do começo do CrossFit Games 2025. O maior evento do mundo da modalidade terá três brasileiros na arena. Mas também trará brasileiros ocupando diferentes lugares na competição. Como falamos anteriormente, teremos dois judges brasileiros na competição. Porém, pela primeira vez teremos um brasileiro participando da equipe de Scoring da competição. O carioca Bruno Bernardes estará em uma das principais funções do CrossFit Games.

Para quem não conhece a estrutura dos eventos, Bruno explica o que é a função. “O scoring cuida de tudo que diz respeito aos resultados. A gente organiza as súmulas (tanto as que entram quanto as que saem da arena), lança os resultados das provas e ainda controla os marcadores de reps que aparecem nas transmissões. Sabe aquele número que o público vê na tela? A contagem em tempo real? O judge valida a rep na arena e nós vamos atualizando os números pra galera poder acompanhar o espetáculo que é o Games”. Ou seja, uma função que exige uma responsabilidade imensa. Entretanto, Bruno já possui bastante conhecimento na área, afinal de contas ele é um dos nomes fortes da equipe da Digital Score que atua em grandes eventos no país.

Aliás, sua experiência nos eventos nacionais e suas participações no Copa Sur, segundo o próprio Bruno, podem ter sido o caminho para conseguir a vaga. “Acredito que eu tenha aprendido muito sobre como as coisas funcionam no Games, mesmo longe, porque eu sei que nossas referências, Adri, Jobst, Mário, Clara, etc., que constroem o CopaSur foram “criados” no Games e trazem muito de lá consigo. Então, trabalhando no CopaSur faz quatro anos, sinto que já tenho parte dessa cultura dentro de mim. Além disso, acho que os brasileiros se destacam em qualquer lugar, pela nossa cultura, proatividade, senso de comunidade”.

Bruno é o primeiro brasileiro a “furar a bolha”

Bruno explicou para nossa equipe que diferente dos judges, que tem requisitos próprios e forma específica de admissão, a equipe de Scoring segue o processo de voluntariado. “A gente se inscreve no formulário de voluntários e torce pra ser chamado. Acredito que toda a minha bagagem como judge do Copa Sur e como head nos eventos licenciados da CrossFit ajudaram bastante nessa escolha”.

Questionado sobre ser o primeiro brasileiro na função, Bruno pontua: “Sinceramente, eu não sei se sou o primeiro. Pelo menos dentro da ‘bolha’ que eu conheço, sim. Nunca ouvi falar de outro brasileiro que tenha assumido essa função no Games. Inclusive, sempre escutei que essa era uma das equipes mais difíceis de entrar, justamente pelo número reduzido de vagas e pela experiência técnica exigida. Então foi justamente por isso que me inscrevi. Se uma das vagas mais concorridas fosse minha, seria um baita sinal do universo de que chegou a hora e que eu teria que dar meus pulos pra ir pra Nova York esse ano (risos)”. O professor de Educação Física e coach L2 da CrossFit estará indo pela primeira vez ao CrossFit Games.

Porém, Bruno vai para os Estados Unidos com uma responsabilidade além do evento. “Ter um brasileiro nessa função mostra que estamos, sim, prontos pra jogar no time dos grandes. É um sinal de que o Brasil tem profissionais preparados pra atuar nos maiores palcos do mundo. Confesso que nunca tinha parado pra pensar em ‘representar o Brasil’. Mas agora que você perguntou, é uma baita responsabilidade. O formato do Games mudou, agora é só Individual Elite e Times. Ou seja, menos categorias, menos vagas. Estar lá, entregar excelência, mostrar profissionalismo, é essencial pra manter essa porta aberta e mostrar que aqui também tem gente pronta e técnica”.

“É aprendizado o tempo todo”

Embora a responsabilidade seja grande, o que mais empolga Bruno de estar no Scoring do Games é o aprendizado que poderá vir disso. “Os melhores do mundo estão lá, não só competindo, mas também trabalhando. Estar ali é mergulhar num ambiente de altíssimo nível. É aprendizado o tempo todo: com os atletas, com os líderes, com os voluntários mais experientes. Poder trocar ideia com heads de grandes eventos, L3, L4, ver como tudo funciona nos bastidores, isso não tem preço. Eu sempre volto desses eventos com mais sede de conhecimento, motivado e pronto”.

Para finalizar, ele dá a dica para quem quer seguir o caminho pelo qual está trilhando. “Comece pelos eventos locais. Seja o melhor no básico. Chegue cedo, observe, estude, pergunte, se envolva de verdade, crie conexões, conheça pessoas. Ninguém começa no topo, e tudo o que você entrega com excelência hoje, constrói o que vai te aproximar de onde você quer chegar amanhã. Lembre que, numa competição, somos uma família, e o que acontece ali, se resolve ali. Ficar levando bastidor pra fora não te ajuda em nada. Trate cada evento como se fosse o Games. Um dia, vai ser. Dê o seu melhor sempre, deixe a vaidade em casa. E, acima de tudo: se divirta. O caminho é longo, mas vale cada passo”.

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