Os valores baixos das bolsas das semifinais
A CrossFit publicou em sua conta no Instagram os valores a serem pagos para os atletas que vencerem as semifinais que começaram no último final de semana. Contudo, os valores não agradaram muito os fãs e competidores do Nobull CrossFit Games 2021. Afinal, os custos não bancam nem a passagem de alguns para disputar a semifinal, nos continentes onde o evento é presencial. Em contraponto, os valores passaram a ser uniformes para todos os eventos de semifinal.
Assim que os valores foram publicados uma enxurrada de mensagens revoltadas ganharam a publicação: “Isso é inaceitável. Além disso, a postagem mais enganosa para parecer generosa. Não exija que os atletas voem para lá, pague para estar lá e falte ao trabalho se você não vai pagar nem mesmo a passagem de avião! 🙄😑”, escreveu uma seguidora. “Isso não é aceitável. Precisamos deixar a competição selecionar as bolsas de prêmios. Preciso vencer para fazer minha viagem valer a pena, isso é um grande passo para trás em direção ao esporte amador”, explanou outro seguidor.
A reclamação ganha ainda mais força quando pensamos nos gastos e o tempo gasto dos atletas para conseguir estar presente ao eventos. Muitos precisam faltar o trabalho para estarem na arena competindo e dando o seu melhor. Para se ter uma ideia, o maior valor de primeiro colocado do evento é de US$ 5.000. Um valor que mal pagaria os custos de uma viagem e estadia de um atleta para competir. Se pensarmos nesse valor sendo divido entre uma equipe de quatro competidores, o valor fica ainda menor, uma vez que US$ 5.000 é também a premiação máxima por times. Porém esse valor é para as primeiras colocações, quem garantir o segundo lugar levará US$ 4.000 e terceiro US$ 3.000.
Valor baixo da bolsa é um retrocesso do esporte?
Uma das alegações mais comuns dadas, no post da empresa, é o fato da CrossFit estar crescendo a cada ano mais, assim como a qualidade dos atletas. Porém a premiação não segue esse crescimento do esporte. Para muitos, a falta de engajamento do evento com os problemas que um atleta tem para se manter em alto nível, desagrada e pode ser o caminho de um retrocesso ao invés de um avanço ao profissionalismo do esporte. Afinal, com os valores baixos pagos pelos eventos credenciados, o atleta precisa achar outras fontes de renda para poder sobreviver. Dessa maneira, fica difícil treinar para chegar em seu potencial máximo.
Com isso, os atletas ficam de fato a mercê de conseguir patrocinadores para poder se manter, tendo uma nova novela: o patrocínio ou o apoio, mas isso falaremos mais à frente. A outra opção que sobra é de fato arrumar um emprego fora da vida de atleta, seja como professor de Ed. Física, como outros empregos convencionais. Contudo, esse parece ser um problema que não é exclusivo do Brasil, mas sim de todo o mundo. Salvo grandes nomes internacionais do esporte que conseguem fechar patrocínios realmente bons, a falta de apoio para atletas de CrossFit é mundial. Termos eventos com a magnitude do Games pagando pouco, comprova essa falta de assistência nesse quesito.
