Entrevista com Guilherme Malheiros

Um dos grandes nomes do Crossfit Nacional, Guilherme Malheiros é um fenômeno do esporte. Afinal, aos 17 anos conquistou o 2º lugar do Crossfit Games Teen em 2017, sagrando pela primeira vez o Brasil no pódio. Contudo, esse ano, Gui atingiu a maioridade, mas sem perder o sonho de menino de ser o número um do mundo. Com isso, treinando duas vezes por dia, seis vezes da semana, o atleta vislumbra o lugar mais alto do pódio. Porém, não para agora. Em um bate papo exclusivo com “HORA DO BURPEE”, o atleta da CrossFit Cavaleiros contou sobre seus planos, amizades dentro do Crossfit e como planeja seu futuro. Acompanhe

Como você conheceu o Crossfit?

Eu conheci através do meu pai que fez o curso de iniciação do Crossfit com o Joel Fridman, segundo coach de Crossfit do brasil. Porém, quando o box onde eu treino abriu (CrossFit Cavaleiros), foi que eu comecei a treinar de verdade, então de fato conheci o Crossfit.

Você tem algum tipo de alimentação especial?

Minha alimentação se baseia em comida de verdade e bastante. Por isso, como sempre de três em três horas, sem comer besteiras, sempre pesado e super regrado, tudo que a minha nutricionista passa.

Quem são seus coaches?

Henrique Neto e Marcos Medeiros, que me acompanham desde o começo. Mas, quem programa a minha planilha de treinos é o Bernardo Camargo, da BSB CrossFit.

Em 2017, você ganhou destaque mundial ao conquistar o OPEN e o Crossfit Games, onde ficou com a 2ª colocação. Como foi se destacar, na época com 17 anos. Você sentiu algum tipo de pressão após os eventos?

Não senti pressão. Fiquei ‘de boa’. Durante a competição eu não me liguei muito nas colocações, só mesmo na última. Mas para mim foi algo normal eu ter conquistado tudo que eu conquistei. Porque não podia ser diferente. Eu trenei, me dediquei, visualizei e mentalizei na minha cabeça. Já tinha feito toda a competição antes de ir, então não me senti muito pressionado na hora.

Você é um atleta novo, como é conciliar a vida regrada de um atleta e a vida de uma pessoa da sua idade?

Eu sou uma pessoa muito atípica (risos). Eu fui criado dentro de casa, um lar cristão, sem muita ‘doidera’. Por isso, eu não gosto muito de festa, não gosto de bebida, drogas, de bar de sair e tudo mais. Sou um cara muito tranquilo e muito caseiro. Assim, a minha vida é treinar. Eu treino, como e faço tudo com o meu objetivo maior, que é ser o melhor do mundo. Então minha vida é a de atleta. Tudo que eu faço e vivo é voltado para minha vida de atleta. Por isso, é tranquilo conciliar.

No Crossfit Games 2017 você competiu na categoria de 16 e 17 anos, o que muda agora que você passa a competir na categoria adulta?

Não muda nada. Antes de competir o Crossfit Games, eu já competia no Brasil, na categoria Elite com os caras adultos. Então, o Games foi uma competição que fui Teen. Mas de todas as competições que participei, apenas o TCB e o Games que eu fui na categoria Teen. A primeira na realidade fui de surpresa, mas na segunda fui com um objetivo de ganhar a competição.

Em entrevista ao Hugo Cross ano passado, você disse na época que gostaria de ter conhecido o Crossfit a mais tempo. Qual a idade que você acreditar ser o ideal para iniciar no Crossfit?

Começou a andar já pode fazer o Crossfit (risos). Na verdade, começou a andar faz a ginástica até os 7 ou 10 anos, depois pode migrar para o LPO ou se quiser, pode ingressar direto no Crossfit. Então acredito que entre 9 e 10 anos seja uma idade boa para começar. Mas o Crossfit não tem idade, quanto antes, melhor.

Você tem grandes amizades dentro do Crossfit? Quem são?

São muitas. Tenho como espelho o Chiquinho (Franscisco Xavier), tricampeão brasileiro, que me viu crescer bem no começo e acabou sendo meu mentor. Tem o Vitor Caetano, que é quase um irmão para mim.  O Lucas Almeida, o Pablo (Chalfun) e o Tato (Outor). Esses são grandes amigos que eu tenho e confio dentro do Crossfit, são neles que eu sou mais ligado.

Sua família é bastante presente na sua carreira e seus pais sempre te apoiaram nas competições. Isso ajuda na sua preparação? De que forma?

Total. O apoio da família é imprescindível. Eles estão sempre me apoiando, sempre comigo, torcendo e promovendo. Eles me ajudam de todas as formas possíveis. Minha mãe me ajuda com a comida, meu pai me leva nos lugares para eu treinar. Então o apoio da família é imprescindível para o sucesso na carreira de um atleta. Além de ser muito bom, pois auxilia de maneira psicológica. Se eles estão bem eu fico bem. Se eles não estão eu também não estou. A família auxilia muito, tanto no âmbito psicológico, como físico e energético.

Você acabou sendo uma das grandes esperanças no Crossfit Games 2018, porém acabou não indo. Para você, o que faltou para conseguir chegar lá?

O meu plano não é para agora tão cedo. Meu foco é chegar lá em 2020, mas em 2019 beliscar uma vaga, o que eu acredito que consiga. Mas o objetivo é em 2020, 21 ou 22, e em 23 a 24 ganhar o Games. Mas o que faltou esse ano foi eu não ter classificado no Open porque eu estava mal de cabeça durante o torneio. Acabei fazendo mal, acabei perdendo a cabeça na primeira semana, o que me deixou bem abalado. Mas tudo é questão de tempo, só ele para eu conseguir chegar lá.

Ainda existe alguma deficiência no Gui Malheiros a ser consertada?

Deficiência não, mas pontos a ser melhorados. Graças a Deus eu me considero bem completo em relação a tudo. Força, cardio, endurece, ginastica e tudo mais. Mas tenho pontos a melhorar talvez em suportar mais o sofrimento ou algo do tipo. Faço um trabalho mental que me ajuda nisso.

Você surpreendeu o mundo com a sua potência nos exercícios de LPO, como está essa evolução?

Está demais. No último campeonato eu consegui subir 300lbs no Snatch, no Games eu fiz 291lbs. Então bati meu PR agora nos últimos dias. Mas está normal, subindo sempre, mas meu foco não é subir carga. Prefiro ser mais consistente em Endurece e outros pontos, do que levantar peso. Mas, levantar peso, é uma facilidade para mim (risos)

Como você vê a evolução do Crossfit no Brasil?

Está crescendo muito e estou gostando. Temos muitos boxes e muitos campeonatos. O que é bom e ruim ao mesmo tempo, esse grande número de campeonatos. O bom é que isso dissemina o esporte e a atividade que a gente pratica. Apesar do Crossfit pregar a qualidade de vida, mas acaba se transformando em um esporte. Mas a parte ruim é porque acabam banalizando um pouco os eventos, as vezes temos eventos muito bons, mas também acabam acontecendo eventos cheios de erro. Isso acaba deixando o público com uma má impressão do Crossfit. Mas eu vejo o crescimento de uma maneira muito boa, tem bastante potencial de crescer e virarmos uma referência no mundo. Afinal, somos o segundo país com o maior número de boxes no mundo.

Qual a responsabilidade de se tornar um dos grandes destaques brasileiros no Crossfit?

É muito ‘legal’ e ‘muito maneiro’. Não me sinto pressionado com isso, mas é bom saber que eu inspiro pessoas e que muitos começaram a praticar por minha causa. Eu recebo mensagens todos os dias. Eu acho muito ‘maneiro’ disso de ser uma referência para as pessoas, principalmente para os jovens. Eu me amarro. Eu amo o carinho das pessoas que me seguem, eu gosto de receber mensagens de pessoas que conseguem fazer as coisas a partir do que virão de mim. É muito bom poder ser um dos destaques do Crossfit no Brasil.

O que podemos esperar do Gui Malheiros para o futuro dentro e fora do esporte?

Dentro podem esperar o próximo campeão do Games do Brasil, várias vezes. Vocês ainda vão ouvir falar muito de mim (risos). Fora do esporte um cara de ‘boaça’ e ‘tranquilão’ que sempre vai estar sorrindo para tudo. Criança para caramba, formado em educação física e possivelmente com o meu box construído (risos).

Deixe um recado para nossos leitores e seus fãs.

Aos fãs e leitores muito obrigado pelo carinho e admiração. Vocês me motivam a cada dia a ir para o box treinar e melhorar cada vez mais. Vocês são demais, muito obrigado por tudo. Para finalizar uma dica e uma frase: “seu único limite é você. Então não tenha limites. Seja ilimitado! ‘É nóis’”.

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