Bruno Miranda: “ser atleta de CrossFit no Brasil já entra numa parte delicada”
Sorriso largo no rosto, atencioso e da paz. Essas são as primeiras impressões que qualquer pessoa pode ter ao conhecer Bruno Miranda. Porém, dentro da arena de competição, o Bruno “light”, dá lugar um competidor de Elite e pronto para dar o seu melhor. Foi assim, de maneira tranquila e determinado que o estudante de engenharia pela UFRJ foi crescendo dentro do mundo do CrossFit. Contudo, o vencedor do Wod Live marcou um tempo em sua tumultuada agenda para um bate papo conosco. Assim, descobrimos um pouco mais sobre esse atleta que vem deixando sua marca na história do esporte. Venha com a gente e veja como foi esse encontro de Bruno com a HORA DO BURPEE.
Como você conheceu o CrossFit?
Conheci o Crossfit por meio dos meus familiares que já praticavam e achei uma maneira interessante de melhorar meu condicionamento para outro esporte. Eu competia na época, o jiu-jítsu, porém, com apenas uma aula (e com o mês todo pago) vi que não gostava do tal CrossFit e que não queria mais. Então parei de frequentar. Contudo, três meses depois voltei devido a pedido dos meu primos e acabei gostando (por ter feito uma aula que me identifiquei mais) e até hoje faço.
Quanto tempo demorou para atingir o nível de Elite?
Comecei o CrossFit no final de 2015. Mas em relação ao tempo que demorei para atingir o nível elite, posso falar que tem um tempo de uns dois anos. Mesmo porque, a gente se torna bom em pouco tempo, mas atingir uma performance boa e técnica aprimorada demora um tempo que a gente não pode mudar ou encurtar. Porém, quanto a performance é o que eu te disse, leva tempo para se atingir um nível alto de rendimento no nosso esporte. Por isso, posso te dizer que para atingir esse nível o tempo é o aliado. Quanto a isso vou me mencionar, faço CrossFit a pouco mais de três anos. Porém, quanto tempo um atleta de elite do games faz Crossfit? Bom os grandes atletas têm até mais de 10 anos praticando essa modalidade.
Além de atleta você é universitário. Como faz para conciliar tudo?
Meu dia a dia se baseia no meu treino e no meu horário de faculdade. Assim, faço tudo em função disso. Também dou aula de matemática em casa para o pessoal do ensino médio e tento manter o máximo minha dieta. Sendo as vezes bem difícil de segui-la. Conciliar minha vida de atleta e universitário é bem difícil. Tanto que agora eu faço no máximo 4 matérias e evito puxar mais do que isso por conta do desgaste físico e mental.
Como é ser atleta de CrossFit no Brasil?
Ser atleta de CrossFit no Brasil já entra numa parte delicada. Por motivos simples, o apoio estatal para atletas da nossa modalidade é inexistente. Porque para ter algum tipo de apoio você precisa comprovar que é atleta a nível internacional. Assim comprovandio títulos de campeonatos grades. Sendo que não existe uma confederação de CrossFit, ou seja, não existe investimento por parte do estado república na modalidade. Assim todo apoio que eu tenho hoje é exclusivamente privado sem exceção. Então quer ser atleta de Crossfit no Brasil? Busque apoio de iniciativa privada.
Somos o segundo país em número de boxes. Porém nossos atletas ainda se mostram aquém dos atletas americanos e australianos, na sua opinião, ao que se deve isso?
Querer comparar 10 anos de experiência em três é de certa forma injusto, além de querer muito de um país jovem na modalidade.
Você fez parte do time campeão do Wod Live, como foi participar do reality? Qual a importância para sua carreira ter participado do programa?
Participar do reality para mim foi uma experiência muito gratificante. Afinal, é muito diferente ficar entre vários atletas de alto nível e por trocar experiência e conviver por 10 dias juntos. Então, acho que o mais legal do reality foi isso, trocas de experiência e convivência compartilhada. Como atleta, a importância foi o reconhecimento por parte das pessoas do atleta que eu sou. Além da visibilidade para marcas do CrossFit que ficaram de olho no evento. Isso tudo da um “bum” na carreira de qualquer atleta, ainda mais se ele se sobressair , como foi o meu caso.
Você treina com o Gui Malheiros em Macaé e faz o projeto “Desafio do Mano” com a Caro Hobo, além deles, você já conhecia mais algum dos atletas do programa?
Conhecia a maioria, nunca havia conversado com o Anderon Primo, a Luiza Dias, a Vanessa Campanha, a Bruna Fernandes, a Andreia Pinheiro, a Karine Ferrari, o Aaron Damaceno e o Éder Costa , esses sim eu não tinha contato.
Quem são seus patrocinadores?
Tenho hoje algumas pessoas que me apoiam que são: Farmácia Água-Viva de manipulação, Shopping das Carnes, Seven Esporte (empresa médica), BS Cross ( empresa de roupa ), Monkeysoul CrossFit (meu Box), um massoterapeuta e a Smartfood (Empresa de alimentação).
Como você vê o futuro do CrossFit no Brasil?
Acredito que logo logo o CrossFit se tornará um esporte como alguns olímpicos e terá maior chance de se tornar algo profissionalizante.