O CrossFit tem que acabar mesmo?

Existe um fator dentro do cenário do CrossFit que chama atenção. Depois de anos trabalhando com o mundo do esporte, desde o futebol até o mundo das lutas, encontrei um fenômeno negativo dentro do CrossFit que nunca vi em nenhum outro lugar. O próprio praticante desejando que o CrossFit acabe. Porém, verdade seja dita, essa vontade não vem para o fim da metodologia, mas sim da marca. Entretanto, o fim de um, pode significar o fim do outro?

É um fato, hoje, não existe nada, nem um evento ou pessoa que consiga chegar perto de ser tão grande quanto o CrossFit e o CrossFit Games. Mas é impossível que alguém consiga quebrar essa máxima? Com certeza não, mas não temos hoje nada que possa ter um crescimento ao nível do CrossFit Games em um curto período de tempo. Com isso, fica a dúvida: será que seria uma boa ideia para o mundo do CrossFit, o fim da marca e do maior evento da modalidade? Talvez entre as opções de acabar ou o de lutar para mudar, a última opção seja a melhor escolha. De fato, a CrossFit está longe de ser um rio transparente de ações e o Games do ano passado deixou isso bem claro.

Contudo, termos lutas como as levantadas pela PFAA e até mesmo a criação do CAC, de dentro da própria CrossFit, são ações que estão mais à frente de uma possibilidade do que o “fechar as portas”, como vejo comumente o desejo disso acontecer nas redes. Outro ponto importante é que o CrossFit ainda está em nível de formação, com muitos preconceitos estabelecidos de fora do esporte. Com isso, uma luta de dentro do próprio esporte para que ele acabe, poderá ser uma pá de cal em cima de um possível crescimento futuro.

Motivos para melhorar

Seguindo essa lógica e fazendo um paralelo ao mundo das lutas, o CrossFit Games pode ser equiparado ao UFC em nível de importância para o esporte. Com isso, o crescimento e a popularização das lutas dentro do UFC, surtiram um efeito enorme dentro do Brasil e do mundo. Assim, como resultado, as academias de luta ganharam cada vez mais força e alunos. O esporte MMA passou a impulsionar outras modalidades de luta, mesmo sendo um evento particular e muito questionado pelos especialistas.

Mas a grande verdade é que mesmo com os questionamentos, o UFC continua a existir, o que possibilitou novas competições a nascerem, mas nenhuma chegou aos pés do evento americano. Embora existissem e ainda existam atletas contrários ao UFC, nenhum deles luta pelo fim da marca, do evento ou do esporte. Todos eles lutam para melhoria do que existe, para dar mais qualidade para os atletas e ter as ações mais transparentes. Essas ações são próximas ao que a PFAA quer empregar e trazer para o cenário. Talvez, essa possa ser a melhor maneira de conseguir uma evolução. Além de talvez até trazer mais sentido para aqueles que hoje não acreditam que estar afiliado ao CrossFit tenha de fato algo de bom. Com isso, analisar algumas visões poderão criar caminhos mais interessantes do que apenas reclamar.

Óbvio que toda manifestação se bem pensada é válida. Desde uma não inscrição no Open, até um manifesto de abaixo assinado ou coisa do tipo. Porém, a ideia de tentar mudar o que existe para melhorar algo, me parece ser mais contundente do que uma luta para fazer com que o mesmo se degrade e acabe.

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