Miguel Roo: “vou dar mais que meu melhor”

Ele é o grande nome do Brasil na próxima edição do CrossFit Games na categoria Teen 15-16. Assim, Miguel Roo já tem um grande histórico para a pouca idade que possuí. Aliás, para se ter uma ideia, a primeira disputa do nosso atleta teen foi nada menos que uma seletiva do TCB, o maior evento nacional do país.

Conversamos com o atleta revelação que conseguiu pela primeira vez sua vaga no Games. Porém, não é só a sua primeira vez, mas também a primeira vez que o Brasil conquista uma vaga na categoria. Assim, após conseguir se manter em primeiro entre os brasileiros de sua idade ele conseguiu a última vaga no Qualifier para o CrossFit Games. Dessa forma, acompanhe a nossa entrevista e conheça Miguel Roo, o nosso primeiro representante Teen 15-16.

Quem é Miguel Roo?

Eu sou um adolescente apaixonado por esporte. Mas nem sempre fui assim, antes de eu querer fazer qualquer atividade física eu era uma criança bem hiperativa, dava vários problemas na escola, nunca queria fazer nada. Porém, já tinha tentado fazer de tudo: natação, judô, futebol, mas nada deu certo, até que uma antiga professora minha me recomendou fazer aulas de circo.

Foi quando eu comecei a me aproximar do universo esportivo, mais tarde eu comecei a fazer o CrossFit. Então, isso me ajudou a melhorar em todos os aspectos da minha vida,  comportamento, modo de pensar, e as minhas responsabilidades. Porque tenho conciliar meus estudos com os treinos de performance.

Como você conheceu o Crossfit? Com que idade começou?

Em 2015 no meio do ano um box de CrossFit abriu perto da minha casa, em Paulínia, e meus pais foram um dos primeiros alunos a se matricularem lá. Então ficou muito ruim para meus pais, encaixarem um horário para o circo que era em outra cidade e para eles treinarem também.

Assim, comecei a fazer algumas aulas junto deles e comecei a criar gosto pelo CrossFit, até eu migrar de vez para o esporte. Mas, comecei a fazer o CrossFit Kids, enquanto a minha irmã mais velha, a Isa, começou a treinar também. Ela passou a fazer planilha para competir e virou atleta antes de mim.

A ida da sua irmã para as competições te animou para competir?

Sim, foi por influência dela que também quis começar a competir. Então em 2018, meus pais investiram num box para me dar melhores condições de treino, devido a horários e rotina de escola.

Com isso, eu tomei de vez a decisão de ser atleta e que eu iria para o CrossFit Games. Então comecei a treinar para as seletivas do TCB de Marília e também foi nesse ano que a Isa foi pódio teens do TCB.

Quais eventos grandes você participou?

Minha primeira competição foi em 2018 na seletiva teen do TCB. No mesmo ano fui para o Granite Games em Minnesota, Estados Unidos. Consegui ficar em 10° e me classifiquei só com 13 anos na categoria de 14-15 anos. Em 2019 participei do meu primeiro Open e terminei em 1° no Brasil e 21° no mundo, após o Age Group Qualifier, subi para 19° no mundo e continuei em 1° no Brasil.

Também passei mais uma vez para o Granite Games, mas estava sem dinheiro para pagar a viagem e acabei não participando. Também participei de mais uma seletiva do TCB, mas estava machucado e não consegui me classificar. Fiz o Qualifier do Wodapalooza, que não pude ir, e do SouthFit, que fiquei em 8º lugar, tudo isso com a ajuda das planilhas da CrossFit SP do Tiago Lopes e da Debora Diegas, referencias do esporte. Então nesse ano consegui me classificar para o Games.

Como era sua rotina de treinos antes da quarentena?

Eu acordava mais ou menos 5:50 da manhã, me arrumava partia para a escola que é em Campinas, estudava até 13:10, almoçava e mais ou menos 14:30 começava meu treino até umas 16:30/17:00, voltava para casa para jantar, estudar e descansar.

Na quarta-feira eu tinha que ficar a tarde na escola até as 18:00, então nesses dias eu treinava mais tarde, nas quintas que eu também ficava a tarde na escola, porém era o dia de descanso dos treinos, aos sábados eu costumava a participar do aulão do nosso box junto com os alunos, depois eu fazia uma parte da planilha para ter um treino mais completo.

Como vem treinando para manter o nível durante esse período?

Bom, o lado bom de ter um box é que eu consegui trazer bastante material de lá para casa, então eu ainda consigo fazer um treino bem completo. Só que eu não tenho um ring aqui em casa, para fazer alguns movimentos ginásticos e agachar “pesadão”.

Mas apesar de morarmos longe do nosso box e não podermos sair de casa, de vez em quando eu e a Isa vamos para Campinas para fazer umas coisas diferentes. Mas com as portas fechadas e só a gente mesmo. Eu ainda estou tendo que conciliar meus horários de treino com a escola por que estamos tendo EAD, e essa semana nos vamos começar até ter provas online.

Qual prova teve mais dificuldade no Open e qual teve mais facilidade?

Para mim o pior wod foi o primeiro, que era GTOH e burpees, olha, burpee não é meu forte, eu sempre sofro mais neles e nos movimentos que usam muito a perna, mas eu já estou trabalhando meu físico e minha mente para eu ficar bom nas minhas dificuldades.

Mas o melhor foi o wod 2, de DB thrusters, t2b e DU, eu gostei desse porque você só conseguiria ir bem nesse wod se você conseguisse achar seu pace a mantê-lo até o final, e foi isso o que eu fiz, se pararmos para ver todos meus rounds tiveram mais ou menos os mesmos tempos

Durante o Qualifier, qual foi a prova mais difícil para você e qual foi a mais fácil?

Família Roo

A mais difícil foi de novo a dos burpees, que eram 100 DB Snatches, 50 cal row e 100 burpees over the bar. Se eu não me engano eu fiz essa prova quatro vezes e todas eu fiz os DB snatches sem quebrar, mas levou tempo até eu descobrir meu pace nos burpees.

Enquanto a mais fácil foram as provas de BMU com t2b porque eu simplesmente amo ginásticos, e por incrível que pareça, a prova de RM de clean e jerk, por ter dificuldades com agachamento, eu fiz todas minhas tentativas com power clean e push jerk, e consegui fazer 121kg, que foi 14kg acima do meu PR antigo, eu me senti muito orgulhoso, por isso acho que foi uma das melhores (risos).

Você será o único brasileiro na sua divisão, como você vê essa responsabilidade?

Não serei apenas o único brasileiro na minha divisão, mas serei o primeiro menino brasileiro a competir nessa categoria no Crossfit Games. Então estou super ansioso e nervoso, porque para mim será uma grande responsabilidade representar o meus país, vou dar 200% de mim em cada prova e claro que vou para lá em busca do pódio.

Teremos o Miguel Roo seguindo a profissão de atleta de CrossFit? Ou pretende ter alguma outra formação?

Eu quero continuar a praticar CrossFit por um bom tempo ainda, porque acho muito bom manter o corpo em movimento e nesse esporte é possível movimentar o corpo todo de uma diversidade de modos diferentes. Mas eu quero muito estudar medicina e me tornar cirurgião plástico, porque gosto bastante da área da saúde.

O que podemos esperar do Miguel Roo nos games?

Bom, eu garanto que eu vou dar mais que meu melhor, porque desejo muito o meu lugar no pódio e eu quero representar meu país da melhor forma possível.

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