O copo meio cheio das semifinais virtuais
A mudança do Brazil CrossFit Championship para a versão online foi, embora já esperado por muitos, um banho de água fria. Porém, em meio a pandemia da covid-19, essa acabou sendo, sem dúvidas, a melhor decisão a ser tomada pelos criadores do evento. Dessa forma, o BCC se junta aos demais eventos de semifinais que optaram por uma versão online, até o momento, cinco eventos já oficializaram a realização online. Além do evento brasileiro, temos o Lowlands Throwdown e o Asia Invitational que também pronunciaram a mudança nos últimos dias. Assim, se juntam ao German Throwdown e ao Atlas Games que foram os primeiros a aderirem ao virtual.
Com isso, a ida para a versão online, muda diversos pontos na estrutura das semifinais e que podem impactar direta e indiretamente os resultados finais. Entre eles, está a presença mais forte da equipe do Games que passou a ter 100% da responsabilidade de criação dos workouts das semifinais. O que deixa ainda mais incerto o futuro sobre como será realizado o evento. Afinal, a equipe da CrossFit Inc fará workouts diferenciados para cada evento? Se tivermos apenas um workout para todos, como serão entregues? Tudo ainda é uma grande interrogação. Porém, a ida para online pode mudar muita coisa do que aconteceria em um evento presencial.
Muitos atletas conseguem lidar melhor com a pressão de um evento presencial e conseguem se superar em cima disso, em uma versão online, esse rendimento pode sofrer mudanças no resultado final. Aliás, o mesmo acontece na direção contrária, muitos atletas conseguem se desenvolver melhor nos eventos online do que no presencial, mudando fortemente o resultado dos eventos.
O copo meio cheio das semifinais
Mas há também um fator importante que é bom ser destacado. Se tivéssemos esses eventos da maneira presencial, correríamos o risco de termos algumas baixas nos competidores, uma vez que muitos pontos do mundo o ir e vir está realmente mais difícil. Atletas como os brasileiros Lucas da Rosa, e a Luiza Marques, o argentino Nicolas Bidarte e a islandesa Katrin Davidsdottir, que moram nos Estados Unidos, poderiam ter dificuldades para se deslocar até os eventos por conta das restrições criadas, da Rosa, Marques e Bidarte que teriam que vir para o Brasil e Katrin que teria que se deslocar até a Europa para realizar a competição.
Outro fator que é importante nesse cenário é a economia que muitos atletas, que não recebem grandes apoios financeiros poderão economizar. Talvez poderíamos ter uma baixa de atletas, principalmente de fora do país dos eventos, que não conseguiriam participar por falta de recurso. Agora no entanto, poderão participar sem problemas uma vez que não terão as despesas de viagem, estadia, alimentação, entre outros pontos vindos cada vez que é necessário se deslocar para poder competir. Ter a liberdade de fazer o workout dentro do box onde se treina também pode ser um fator que irá ajudar nesse momento.