Café com CrossFit, conheça a Powered By Coffee

Roupa com café? Essa foi a indagação que a empresária Amanda Aliperti precisou quebrar para poder trazer a Powered By Coffee. “Muitas pessoas perguntavam e achavam estranho eu querer misturar os dois e ter stand com ambos nos eventos”. Contudo, o receio acabou passando e Amanda conseguiu transformar sua marca em uma das maiores em expansão no país. Tanto é que a marca está de malas prontas para França e já posou na Argentina e nos Estados Unidos. Para entender melhor a história da marca que patrocina atletas como Vitor Caetano, Pri Horvath, Joyce Rodrigues, Camile Moralles, Marcelo Prata, entre outros, conversamos com Amanda. O local não poderia ser outro, em uma cafeteria. Então, acompanhe a entrevista e descubra a história da marca que levou uma equipe própria para Wodapalooza, a Pwrd Girls By Coffee.

Como surgiu a marca?

Minha família trabalha com café a mais de 100 anos. Por isso, o café já fazia parte da minha vida, mas tínhamos um custo muito alto, pois temos diversas lojas. Assim resolvi que queria vender algo pela internet, mas não queria sair do café, pois é uma coisa de família. Então comecei a fazer frases em camisetas, todas com o tema do café. Assim comecei a vender elas e passei a estudar as redes sociais como o Instagram, o e-commerce e as blogueiras, tudo pela Inverno D’Itália Café.  Na realidade, no começo de tudo, a marca era T-Shirt Inverno D’Itália e totalmente fora da atividade física.

Mas quando entrou o foco no CrossFit?

Quando eu comecei a fazer as camisetas passei a estudar bastante o Instagram e vi que tinha que ter as pessoas usando a minha marca, famosos, influencers e tudo mais. Até pensei em fazer as roupas para malhar, não conhecia o CrossFit. Comecei a mandar mensagem pelo direct para várias influencers, até que cheguei na Joyce Sanches, da Joy CrossFit. Então mandei uma mensagem para ela falando que tinha umas camisas e que queria que ela conhecesse. Ela então falou: “até topo experimentar suas camisas, mas você vai ter que vir fazer uma aula comigo” (risos).

Mas diante do desafio, você topou?

De primeira eu olhei e pensei: “essa mulher está louca” (risos), ela toda forte e tudo mais. Mas resolvi tentar, havia tentando outras blogueiras que não puderam, pois já tinham patrocínio de roupa e tudo mais. Assim eu fui em um sábado levar as camisas para a Joy e fiz uma aula de CrossFit. Assim ela começou a usar as camisas e adorou a ideia, afinal, ela gosta muito de café. Como a nossa sinergia era muito boa, acabei me matriculando no CrossFit, a Joy começou falar que eu tinha que fazer top. Ouvia muito o que as meninas queriam e então acabou tudo fluindo para isso. Como eu estava no meio delas, acabou sendo mais fácil. Depois de um tempo passei a fazer a parte de shorts e tudo mais.

E como nasceu o nome da Powered By Coffee e porque continuaram com o café, mesmo conseguindo força só com as roupas?

Eu vi que continuar usando o T-Shirt Inverno D’Itália era ruim, não teria força o suficiente, eu precisava de um nome mais forte. Então cheguei Powered By Coffee. Nunca pensei em tirar o café. Mesmo porque ele é um quebra gelo.  A pessoa começa a tomar o café e enquanto esta lá, ela começa a ver as roupas. Então a minha intenção com café é essa, é ele ser um chamariz. Acabou acontecendo isso, as pessoas vinham, tomavam o café e acabavam comprando alguma peça, principalmente nos eventos. Aliás, muitas pessoas ficavam mais tempo nos stands, afinal o café cria um ambiente mais agradável

Como foi fazer essa mudança drástica de trabalhar com café para as roupas?

Não foi fácil de início, não fiz moda e o marketing está no meu sangue, mas não fiz faculdade. Estudei bastante através de vídeos a questão da rede social, por sinal, fiquei abitolada nisso por um tempo. Era vídeo dia e noite para que eu pudesse entender de fato como o Instagram funcionava. Mas foi um desafio porque na cabeça do meu pai eu estava largando a cafeteria para “brincar de roupinha” e foi exatamente no momento de crise no país. Sendo assim, eu não tinha muito dinheiro para investir, então eu ia no Brás com R$200,00 e comprava um pouco de roupa, depois eu voltava e comprava mais um pouco de tecido. Então eu vendia, comprava e mandava fazer de pouco. Porém, isso não agradou muito o meu pai de início, porque ele achou que eu estava deixando a empresa de lado, porque eu não tinha mais tempo para dar tanta atenção para o café. Por sinal, ele demorou um ano para ver que era sério e que valia de fato a pena.

Hoje você está totalmente envolvida dentro do CrossFit. Como está sendo viver dentro do esporte?

No começo rolava aquele preconceito dos amigos, falavam que o “CrossFit é coisa de louco” e que “CrossFit Machuca”. Meus pais de inicio não gostaram também. Mas hoje eu vivo disso, estou nesse meio todo final de semana, além de treinar, tenho muito contato com os atletas, porque a gente patrocina alguns. Foi bem diferente essa mudança, porque tudo muda. Seu corpo, sua rotina, suas roupas, afinal, antigamente eu trabalhava mais social. Tudo mudou, minha vida mudou realmente da água para o vinho. Toda mudança de início é complicada, porque temos que ficar convencendo as pessoas que vale a pena, que o esporte tem seus benefícios e vai além do fato de se machucar e tudo mais. Mas as coisas vão melhorando, minha mãe não gostava no começo, mas agora ela está trabalhando comigo, vai em alguns eventos de vez em quando. Meus irmãos, por exemplos, depois que foram a um evento e viram meus amigos ajudando a carregar as coisas quando ele acabou, se encantaram e viram que o CrossFit é uma família. Agora, todos adoram (risos).

Qual a importância da Powered By Coffee patrocinar os atletas?

Na verdade eu tenho certeza que Powered se consolidou, além da qualidade e do preço acessível, também pela visibilidade. O que deixa a Powered com essa cara são os atletas. Esse apoio que a gente dá que possibilita eles de viajar, frequentar outros países e campeonatos. Porém, muitas vezes eles acham que a gente está ajudando eles. Mas na realidade, eles estão representando a gente muito bem. Muitas vezes nos procuram para patrocinar eventos, mas eu prefiro focar a nossa verba nos atletas, do que para o campeonato. Assim, eu prefiro focar em ajudar o atletas, pagando as ajudas de custo, viagem e alguns tem salário, então nosso foco é o atleta e apoiar ele. A gente sabe como é difícil hoje para o atleta se manter, muitos tem outros empregos para poder viver, então procuramos valorizar o máximo possível eles.

A Powered By Coffee é uma empresa profissional que chega em um meio que começa a se profissionalizar de fato. Como você vê esse cenário?

Eu tenho sentido muita mudança de dois anos para cá. De fato estou vendo que está acontecendo essa mudança, muita coisa já esta se formatando. Vemos que não são todas as marcas que apareceram que continuam no meio. Acho que até por essa questão da profissionalização. Muita gente olhou e pensou: “nossa vou fazer camisetas e ganhar dinheiro”. Porém, esquecem que tem todo um trabalho por trás disso, um investimento e uma demora de retorno. Até quando consegue se segurar assim sem esse retorno?

Eu comecei sem capital, mas querendo ou não eu tive a estrutura do Inverno D’Itália Café que acabou me servindo de subsídio. Eu usava os motoristas da Inverno para poder pegar as roupas, então eu tive uma ajuda, apesar de não pegar dinheiro da empresa para nada. Eu tive um respaldo que me ajudou, a parte administrativa também. Hoje a Powered já tem o seu administrativo próprio, mas lá atrás eu tive esse subsídio. Mas a grande vantagem que eu vejo desse crescimento profissional com a Powered já envolvida no meio é que nós vamos sair na frente. Eu acredito que as grandes marcas de CrossFit ainda vão chegar no Brasil, mas tenho certeza que vamos estar preparados para isso.

Quantos funcionários a Powered tem atualmente?

Temos algumas oficinas terceirizadas, um total de cinco, para finalizar as peças, mas na nossa fábrica temos 20 funcionários, cinco administrativos e o resto todo focado na fabricação das peças.

Qual a dificuldade de expandir a marca dentro do CrossFit?

Minha maior dificuldade hoje não é a venda em si. Mas todo o processo, eu lanço um modelo de roupa, depois disso eu preciso ver como vai ser a aceitação dela com o público, para então eu confeccionar mais peças dela. Porém, o que acontece é que as pessoas querem a peça, mas não tem. Então essa é a minha maior dificuldade, trabalhar com esse time. Por isso, agora estou indo mais no meu feeling. Hoje eu já conheço mais os meus clientes, hoje eu entendo que a Powered cresceu. Afinal, a gente fica com receio de quanto vai gastar em tecido para fazer as peças, mas agora eu entendo esse crescimento. Também temos muitas revendas e elas compram muitos produtos. Então hoje eu percebo que a empresa cresceu e eu tenho de fato que fazer pedidos maiores dos produtos. Mas de fato o grande problema acaba sendo essa reposição, as vezes o pessoal posta: “queria tanto esse look, mas a Powered não colabora” (risos). Mas não é isso, é que a reposição é mais difícil do que parece.

Vocês se consolidaram em São Paulo onde está a maior parte do seu público atualmente. Fale um pouco sobre sua ideia de expansão no Rio de Janeiro?

Eu sinto que no Rio os praticantes não tem assim uma marca que é do coração e que eles amam. Pelo menos é o que me parece. Temos as grandes marcas que as pessoas usam, mas usam por usar mesmo. Não tem aquele amor que eu vejo as pessoas terem em São Paulo. Geralmente quem usa a Powered, usa porque gosta e se identifica, aqui eu acho que as pessoas estão começando a conhecer a Powered e temos um mercado muito grande aqui. Estamos começando a fazer um trabalho de ir aos boxes no Rio apresentar a marca com stand de vendas, assim como fizemos em São Paulo. Vamos começar devagar e mostrar que somos uma empresa que quer pessoas, atletas, campeonatos, somos mais humanos e queremos isso. Quando eu vou a um box eu treino junto dos alunos, tiro foto e interajo com as pessoas. Acredito que isso vá nos ajudar deixar a Powered mais conhecida no Rio.

Não tem como falar do Powered sem falar do café que vocês servem nas competições que estão ganhando cada vez mais espaço. Como surgiu o sucesso do Frozen?

Nós passamos um tempo servindo apenas o café nos eventos. Porém, depois de um ano, resolvemos testar o Frozen no Beach Challenger e acabou sendo o maior sucesso de vendas. Depois inventamos o Frozen com Whey e com pasta de amendoim. Então agora a galera não consegue ver um campeonato com Powered sem ter o Frozen. O mais bacana é que todos os produtos do café são nossos, compramos o café do Inverno D’Itália e produzimos na Powered.

Como está a evolução fora do país?

Estivemos também com um stand no Wodapalooza e teve uma aceitação muito boa. Estamos com uma empresa aberta desde o ano passado nos Estados Unidos, onde a nossa ideia é fazer o planejamento que fazemos aqui, indo em eventos “menores” e indo até os boxes. Por isso, já tenho um funcionário lá dando esses primeiros passos. Mas estou muito feliz porque ela está sendo muito bem aceita, tanto nos Estados Unidos, como na Argentina. Porém, ainda não temos uma empresa aberta na Argentina, por conta da burocracia de lá, mas estamos vendo para viabilizar isso. Mas tem uma pessoa que quer levar a Powered para a França e estamos animados.

Para finalizarmos, fale como esta a expansão das revendas da Powered By Coffee.

A gente trabalha muito com as revendas e elas trabalham exatamente como eu trabalho. Elas são atenciosas com os clientes, agradam, dão mimos e vão aos boxes como eu faço. Elas compram os produtos e revendem e é questão da vontade de trabalhar, quem trabalha bastante vende bastante, que trabalha menos vende menos. Tenho tido bons feedbacks, dois me emocionaram muito.

O primeiro é de um homem que virou revendedor para usar como um plano B. Porém ele foi mandado embora do emprego por preconceito, depois que descobriram que ele era homossexual. Assim ele acabou entrando de cabeça e hoje o plano B dele é de fato o plano A. O que voltou a auto estima dele. A outra história é de uma moça que estava mal com a separação e hoje ela paga suas contas sem problemas. Isso não tem preço, as vezes a gente não tem ideia do que essa cadeia pode gerar. São funcionários, atletas e revendedores, que dependem da gente, por isso que a Powered By Coffee não pode parar nunca.

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