Karime Ferrari: “eu achava um bando de maluco treinando loucamente de meião”

Casada, formada em administração e mãe de duas crianças. Além disso, paulistana e moradora da cidade que nunca dorme. Esse parece um perfil perfeito para uma pessoa sedentária e cheia de tarefas. Porém esse é exatamente o perfil de umas das principais atletas de CrossFit do Brasil. Representante da CrossFit Moema, atleta Hopper Nutrition, patrocinada pela Gladius Equipamentos e membro da Team Novazzi, Karime Ferrari é uma Super-mulher.

Aliás, ela faz parte de uma super equipe de mulheres, afinal, andar ao lado de Vivi Aielo e Caro Hobo, não é para qualquer um. Karime acaba de conquistar o primeiro lugar na seletiva do TCB realizada em Fortaleza. Além de ter participado ao lado da amiga Caro, do atleta Yuri Carvalho e do coach Éder Costa do Brazil CrossFit Championship. Há sim, ela também fez parte do Time Caro no WodLive. Como pode ver, tempo é algo que Karime cria para poder fazer todas suas tarefas. Aliás, foi entre uma viagem, um treino, uma ida para levar as filhas ao colégio, entre outras coisas, que Karime arrumou um espaço na agenda para falar com a nossa equipe. Leia abaixo o nosso bate-papo e entenda um pouco da história de uma das maiores representantes do CrossFit Feminino Brasileiro.

Como você conheceu o CrossFit? Quando viu que poderia se dedicar a ele como uma “profissional”?

Através do meu marido que começou a treinar na CrossFit Brasil em 2010. Porém, eu achava um bando de maluco treinando loucamente de meião (risos). Na verdade eu nunca achei que pudesse chegar até aqui. Comecei a treinar por estética em 2012 e as coisas foram acontecendo. Mas nunca tive base esportiva, me descobri no CrossFit. Então em 2016 foi quando eu consegui começar a  ter mais tempo e fazer planilha.

Você é uma atleta Hopper, como a marca te ajuda?

Sim, desde junho do ano passado a Hopper me acolheu como atleta. Desde então tenho uma ajuda de custo e consigo competir sem ter gastos (inscrição, alimentação, hospedagem…). Além de toda a suplementação que necessito mensalmente. Porém, além da Hopper tenho a Gladius e a clínica Novazzi como patrocinadores que me dão todo o suporte necessário.

Quais as dificuldades de ser uma atleta de CrossFit no Brasil?

A maior dificuldade é ter ajuda financeira. Competir envolve muita dedicação, horas de treino, sono e boa alimentação. Hoje eu tento encaixar quatro horas de treino em minha rotina. Sem deixar o trabalho de lado, filhos e casa. Ainda tenho que arrumar tempo para fisioterapia, médico, etc. Sendo assim, um atleta profissional dedica três sessões de treino de mais ou menos 1h30-2h distribuídos em seu dia. Fora os gastos com as competições, como eu citei acima.

Falando nisso, como é conciliar a vida de mãe e de atleta?

Não é fácil! Me esforço bastante para conciliar trabalho, treino, ser mãe e dona de casa.  Vivo uma LOUCURA , pois os treinos para competir tomam bastante tempo. Além disso, preciso arrumar tempo pra fazer fisioterapia e passar com o médico regularmente para fazer toda a preparação. Mas eu vou fazendo o que dá, acabo indo dormir bem tarde todos os dias. Também conto com a ajuda da família, principalmente quando preciso viajar.

Na sua opinião, porque ainda temos uma discrepância tão grande entre atletas brasileiros e os estrangeiros, mesmo com a evolução da modalidade no país?

Eles estão uns 10 anos à frente nessa modalidade. Isso é mais complicado de buscar, talvez essa nova geração com um bom suporte chegue mais perto. Hoje temos excelentes coaches aqui, mas que também estão em constante evolução. Além da cultura, aqui as crianças não são tão estimuladas a praticarem esporte, o acesso e mais difícil também. Em outros países isso faz parte da grade curricular no colégio, eles têm e vivenciam isso durante a vida toda e chegam prontos.

Quais os grandes eventos e pódios que você conseguiu?

Eu participei de dois Regionais em time, 2014 e 2018. Dois Regionais individuais, 2016 e 2017. Além do 2° (SP) e 1º (GO) lugar individual Monstar 2016. Consegui o 1° lugar seletiva TCB 2018 Marília, e quatro TCBs, 2014, 2017, 2018 e conquistei o 1º lugar esse ano.

Como foi a experiência de participar do Wod Live?

Foi incrível pra mim. Principalmente porque estive com tantos atletas renomados durante 15 dias em Maceió. Pude conhecer melhor e conviver com eles, treinar, dar risada, trocar experiências e, claro, competir.

Qual a importância de termos um programa como o Wod Live?

Além de proporcionar a nós convivência com outros atletas. Pois isso é uma mega experiência e muito difícil conseguir reunir a maioria assim por tanto tempo. Poder mostrar mais o nosso dia a dia para as pessoas que acompanham. Acho até que isso deve ser mais explorado pelos organizadores, não somente ser um reality de competição. Mostrar para a galera que tem curiosidade em saber como é a rotina, o que comem, como se preparam. Além de mostrar que somos todos normais e com defeitos também.

Além da Caro, sua amiga pessoal, você participou do BCC junto do Eder Costa e Yuri Carvalho, participantes do programa. O quarteto surgiu após o programa ou vocês já haviam definido esse grupo antes?

Não, surgiu antes. Éder fez o convite em dezembro e aceitamos. Todos nós já nos conhecíamos um pouco, mas depois do Wodlive nos tornamos mais próximos e amigos.

Como foi participar do BCC? Na sua opinião o que faltou para conseguir melhorar os resultados?

Foi ótimo! Competir em time é uma grande responsabilidade. Mas não fomos com o intuito de classificar, apenas competir bem. Para ser melhor é necessários muitos treinos em time, que não foi o nosso caso. Apenas nos juntamos e fomos, mas foi muito divertido, eles são demais (risos).

Para finalizar, deixe um recado para nossos leitores e fãs da Karime Santos sobre o que podem esperar da Karime daqui pra frente.

Este ano não tenho conseguido dar tanto foco em competições por vários motivos. Porém estarei nas arenas ainda.  Estou em busca de outros projetos, mas sem deixar os treinos de lado. Não sei se conseguirei me doar 100% à preparação para o TCB. Mas com certeza farei o meu melhor para competir bem em Setembro na arena Sorocaba.  Nós vivemos de fases e estou num momento de colher os frutos de tudo o que já vivi na modalidade. Quero aproveitar todas as oportunidades que vierem, mas não me vejo jamais sem o CrossFit.

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