Caro Hobo: “acredito que todo atleta tem um papel além”

Sem dúvidas ela é uma das mais famosas brasileiras dentro do CrossFit. Nossa entrevistada de hoje é ninguém menos que a big boss da Hopper Nutrition, Caro Hobo. Com oito anos de experiência dentro do mundo do CrossFit, Caro conseguiu transformar sua paixão pelo esporte em profissão. Assim, atualmente vive 100% para o Cross.

Aliás, de personalidade forte, sem papas na língua, mas mantendo o bom humor sempre, Caro conversou com a nossa equipe e contou sobre sua trajetória, vida pessoal, a importância da internet para o trabalho dos atletas, sua vida como empresária e muito mais. Acompanhe a entrevista e conheça um pouco mais de uma das maiores representantes do CrossFit brasileiro, a paulistana Caro Hobo.

Quem é Caro Hobo?

Ex atleta de hanbebol que se aventura no CrossFit a quase oito anos.

Como você chegou no CrossFit e quais campeonatos foram os mais marcantes?

Uma amiga na Austrália me sugeriu procurar no Brasil. Mas na época tinham apenas umas quatro boxes aqui, comecei com o Joel Fridmam, na CrossFit Brasil. Então, os campeonatos mais marcantes foram: cinco regionais (Equador, Chile, e Dallas TX três vezes) e três WZA em Miami (Elite, RX, RX trio), Nacional, 3 três vezes TCB e BCC de 2019.

Quando você viu que poderia levar o CrossFit como profissão?

Na verdade nunca vi isso, comecei muito tarde, apenas como uma diversão. Porém, acabou que me envolvi demais. Então hoje vivo 100% de CrossFit.

Você deixou o Handball de lado para se dedicar ao CrossFit, sente falta da quadras? O que você trouxe de lá para dentro do Cross?

Bate uma saudade de vez em quando. Mas eu soube aproveitar todas as fases. Porém eu sinto falta da adrenalina da competição na quadra, que é diferente do CrossFit. Mas o esporte como um todo requer as mesmas características seja ele qual for, que é disciplina, dedicação e renúncia. Então eu trouxe uma bagagem que me ajudou muito, um atleta de CrossFit mesmo amador, precisa muito dessas qualidades.

Hoje é difícil falar em CrossFit sem citar Caro Hobo, na sua opinião, ao que se deve isso?

Eu sempre admirei o Pelé, que foi um grande atleta mas soube a hora certa de encerrar. Por isso, eu senti que precisava fazer algo mais que competir, fazer o esporte crescer, se popularizar, e busquei isso, influenciar as pessoas a minha volta. Então hoje eu sou mais empresária que atleta, sou gerente na Integral Médica, criei a Hopper Nutrition, e também tenho uma box, algumas sociedades em empresas do ramo e consultora e embaixadora de outras.

Como uma influencer dentro do Cross, como você vê a exposição nas redes para a divulgação dos atletas?

Eu acredito que todo atleta tem um papel além de ganhar títulos, temos que construir e deixar um legado. Porém, o mundo mudou, e muda em uma velocidade assustadora, e quem não acompanhar, será atropelado.

Eu sempre ouço críticas sobre figuras de esporte que são midiáticas, mas na minha concepção, hoje em dia isso é fundamental. Contudo, vamos pensar logicamente?

Um atleta precisa treinar muito pra ser bom. Mas pra treinar muito precisa de tempo, assim trabalhar menos pra treinar e descansar mais. Para tudo isso acontecer, precisa de patrocínio.

As empresas procuram esses atletas então?

Hoje eu vejo empresas investindo em carreira de atletas que vão MUITO além da habilidade física, que saibam falar, se comportar, influenciar, ou seja, represente aquela marca pelo seu lifestyle.

Mas me diz você, se o atleta, que fica escondido 24 hrs na box, como essas pessoas vão conhecer ele?

Existe uma grande diferença entre estar focado no seu objetivo, mas ter vida além disso, e ser um alienado de achar que saber fazer uma publi foda e criativa seja um desperdício de tempo. Será que trazer retorno pro cara que acredita no seu trabalho, pagar as contas dele também é desperdiçar tempo!?

O certo é o atleta ser multitarefa?

A vida sempre vai ser uma troca, antigamente os artistas se dividiam em cantores, outros atores, outros dançarinos. Mas um artista hoje se não for cantor, dançar, compor, representar e ainda ser um puta empresário, não tem mais espaço. Por isso, um atleta fora da curva hoje é esse cara, que é o melhor no esporte dele, mas suas habilidades não se encerram ali.

Como você lida com o assédio dos fãs? Alguma vez algo te incomodou?

Não kkkk, isso não me incomoda, eu curto! Acho legal ouvir as pessoas, receber um elogio, saber que de alguma forma, algo que você fez impactou a vida delas a ponto de ser abordada pra uma foto ou um abraço.

Você foi chamada pela Integral Médica para criar a Hopper Nutrition. Como você viu esse desafio?

Se eu soubesse a dimensão do que isso seria, nem sei se teria aceitado o desafio. As vezes só a coragem é o suficiente, sem pensar demais.

Então eu olho hoje consolidada as idéias que eram apenas sonhos e rabiscos num papel, me enche de orgulho.

Por que a escolha da nutricionista, e nossa colunista, Giselle Santos para fazer parte da sua equipe na Hopper?

A Gi entra na mesma categoria dos “fora da curva”. Ela não é só a melhor nutricionista, é uma pessoa que tem valores muito parecidos com os meus, uma ótima filha, amiga, profissional, honesta, e tudo q faz bota o coração naquilo! Eu precisava de uma pessoa assim fazer esse wod comigo (risos).

Hoje, a Hopper se transformou em uma equipe, isso já estava nos planos?

Eu nunca planejei nada pequeno pra Hopper, mas não esperava um retorno tão rápido. Hoje tenho 23 pessoas no time que patrocino, entre atletas, experts e influenciadores.

Como atleta, a maior vantagem de estar do lado “empresa” é entender o que passam na pele, conhecer suas necessidades e brigar pra fazer os atletas brasileiros serem valorizados.

Hoje temos mais a Caro Hobo por trás das competições do que dentro delas. Poderemos ainda ver a Big Boss da Hopper competindo?

Eu não tenho muito tempo mais pra treinar como antes, de seis horas diárias de planilha, fui pra duas horas três vezes por semana, não tem como competir com esse volume de treino. Mas como sou bicho ruim, to me aventurando ainda.

Em entrevista conosco, Yuri falou que não se incomodava com a exposição do relacionamento de vocês. Você também tem a mesma postura?

Eu me incomodo um pouco as vezes, nunca gostei de expor vida pessoal. Mas eu acho que a forma que essa exposição acontece entre a gente é mais positiva que negativa, porque ficou uma coisa natural.

Diga aos seus fãs e nossos leitores o que podemos esperar da Caro Hobo em 2020?

Eu que espero de vocês: Comprem MUITO Hopper galera!!!

Brincadeiraaa (risos). Vocês podem não só esperar, como podem torcer, pra gente evoluir, conquistar nossos objetivos e ser ferramenta de mudança na vida das pessoas.

Quero estar mais nas arenas, em mais eventos, conhecer mais pessoas, espalhar todas as coisas boas que eu puder!